









Uns dos grandes personagens do Castelo Rá-Tim-Bum são os bonecos, feitos pelo artista plástico Jésus Sêda. Celeste, Mau, Godofredo, Gato Pintado, Ratinho, Relógio, Tap, Flap, Porteiro, Fura-Bolos e Adelaide são tão vivos e mágicos quanto os demais integrantes da trama e encantam os espectadores. Os responsáveis por isso foram os manipuladores Álvaro Petersen, Cláudio Chakmati, Fernando Gomes e Luciano Ottani – que já trabalharam em outros programas infantis da TV Cultura –, além de Gérson de Abreu e Theo Werneck, autores das vozes das botas falantes.



Celeste é uma cobra rosa que habita a árvore do Castelo. Manipulada por Álvaro Petersen, é um dos bonecos que mais interage com os personagens. O seu sonho e eterno reclame são o fato de não ter braços e pernas. Como toda cobra, ela adora fazer críticas e comentários pontuais aos que passam pelo salão. No capítulo nove, “Ninguém gosta de mim”, Celeste acha que todos se esqueceram do seu aniversário, mas, no final, ganha uma festa surpresa.



Essa é uma dupla e tanto! Mau e Godofredo moram nos encanamentos do Castelo e, certamente, garantem as risadas dos telespectadores. Respectivamente, Cláudio Chakmati e Álvaro Petersen deram vida aos dois. Ambos aparecem normalmente quando algum personagem escuta um barulho estranho – “é o Mau correndo pelos encanamentos do Castelo”.

Mau é uma espécie de monstro e tenta ser mau a todo o momento, mas é uma criatura boa no fim das contas. Ele sempre ameaça Godofredo e os demais personagens com a sua “Gargalhada Fatal”. Seu companheiro, por sinal, parece ser um rato e sofre em sua mão, porém dá umas boas tiradas em Mau e é muito dócil e estabanado. A dupla interage com o público (crianças) propondo diversos trava-línguas.


Porteiro é o boneco esperado por todos os espectadores em cada episódio. É ele quem recepciona os visitantes do Castelo, que só podem entrar mediante uma senha. Normalmente, ela é alguma ação proposta pelo Porteiro, como imitar um carro, um animal etc. Feito o que foi pedido, o personagem, manipulado pelo falecido Cláudio Chakmati, libera a entrada:
“Klift, kloft, still, a porta se abriu!”.


Gato Pintado é o responsável pela biblioteca do Castelo, que, segundo ele, possui 1005 livros. Meigo, dócil e muito inteligente, o Gato – manipulado por Fernando Gomes – sempre está à disposição para sanar dúvidas de seus amigos e não nega um bom cafuné. Nada bobo, ele tem uma queda por Penélope.

Como curiosidade, cerca de três mil livros foram doados pela editora Círculo do Livro para fazerem parte da biblioteca. Eles foram cortados pela cenografia para se ter mais volume e quantidade. Peças de isopor com revestimento completaram o cenário como livros. Fica na biblioteca o elevador que dá acesso à oficina do Dr. Victor.



“Morcego, ratazana, baratinha e companhia, está na hora da feitiçaria!”. Esse é o bordão mais conhecido do Relógio, boneco que não tem grandes movimentos. Ele sempre é muito preciso em relação aos horários e anuncia a chegada de Dr. Victor no final dos dias. Além do mais, ele também avisa Pedro, Biba e Zequinha o momento de voltarem para suas casas. Fernando Gomes manipulava-o através de cabos, por trás da parede – sendo muitas vezes esquecido pelos companheiros de trabalho quando iam gravar outras cenas.


Fura-Bolos é um fantoche de dedo. Ele tem ações menores e, na maioria das vezes, aparece nos episódios para chamar dois quadros do programa: o Dedolândia (vários dedos cantores que ensinam a contar) e o Lavar as Mãos (música que estimula os telespectadores a lavarem as mãos). Fernando Gomes deu vida ao personagem.


Adelaide é a gralha de estimação da bruxa Morgana e fica no quarto de sua dona, na torre do Castelo. Ela sempre se interessa em ouvir as histórias da feiticeira e comenta os relatos, sobretudo, no quadro Feitiçaria. A personagem foi criada por Luciano Ottani – também responsável por manipulá-la – a pedido do diretor Cao Hamburger para dividir os textos da Morgana e dar mais ritmo às cenas.



A Adelaide era um boneco com muita presença e atitude, um boneco simples de manipular, e sempre foi muito divertido trabalhar nas gravações. A Rosi Campos é uma excelente atriz e aprendi muito com ela. Seguíamos o texto, as indicações da direção e sempre improvisávamos dando ainda mais graça às cenas,


disse Ottani.

O manipulador não esconde a satisfação pelo seu trabalho com a gralha. “Foi um privilégio. Hoje, passados 20 anos, tenho orgulho por ter participado deste projeto e ter tido a oportunidade de dar vida à Adelaide. Apesar de já ter passado tanto tempo, sempre me lembro da Adelaide como uma criança à descoberta do mundo. Em todas as cenas, era um prazer dar vida a ela”.


Tap e Flap são duas botas e irmãos gêmeos. Roqueiros, eles só falam rimando um com o outro e não têm um lugar fixo no Castelo. Diferentemente do que se pode imaginar, ambos não foram manipulados por mãos, mas por controles-remotos. Criados pela equipe de Sílvio Galvão, chefe do setor de Efeitos e Adereços, Tap e Flap tiveram as vozes gravadas por Theo Werneck e pelo falecido Gérson de Abreu após a filmagem das cenas.


O Ratinho, na verdade, não é um boneco. Para os integrantes do Castelo, aparece somente o seu Ratomóvel, que ele pilota pelo cenário até entrar em sua garagem, na sala de música. Assim, inicia-se o quadro do Ratinho, feito por Marcos Magalhães com a técnica de animação de massinha. Através de músicas, criadas e cantadas por Hélio Ziskind, o personagem ensina a tomar banho, escovar os dentes, jogar lixo no lixo e a reciclar.